Gregory Hines – Nasce uma lenda
O nascimento de um mito. Os Gregory Hines, a melhor banda de besteirock do Brasil
Corria o nebuloso ano de 1994, Jesus havia sido crucificado, os Beatles já não existiam, Robby dos Menudos agonizava em uma clínica para alcólatras em Punta del Este, e o mundo carecia de uma nova liderança sócio-sexo-cultural.
Então, um safo comerciante marroquino de peles de testículos de camelo, com um raro senso de mercado, conheceu um vagabundo safado irlandês, raramente marcado pelo bom senso, que vivia camelando e coçando o saco. Da união explosiva de David Apolakhian Gregory Hines II com Markus Arkus Polus veio a luz. Em forma de um pilecão de vodka, bem que se diga, quando ficou decidido que os dois montariam a banda que enterraria de vez o mito Beatles e revolucionaria de fato a música pop.
A dupla saiu a campo em busca dos comparsas ideais. Organizou-se um grande processo de seleção ao qual compareceram dois vendedores de seguro e um cão vira-lata côxo. Os vendedores de seguro caíram no conto e acabaram comprando um Corcel II usado de Apolakhian. O vira-lata côxo ganhou uma nova roupagem, um nome, Marión Au Au Barf Barf, e ficou com o cargo de contrabaixista.
O trio então resolveu tomar um porre e acabou num boteco de quinta perto de uma boca de cds piratas na Vila Olímpia. Lá estava um sujeito simpático, barrigudo e com uma vasta cabeleira prá lá de moderna. Apolakhian, sempre ele, percebeu uma oportunidade e colocou o vira-lata para jogar palitinho com o estranho. Em meia-hora, o estranho estava bêbado e falido (o irlandês havia feito um truque sujo que jamais será revelado!) e, sem saída, deu a letra de um guitarrista caribenho que havia acabado de pedir demissão de seu emprego de ministro do Turismo das Ilhas Domingas. Por seu ímpar espírito esportivo, Marcello Cabello Chultz foi convidado para ser baterista da banda.
O quarteto tomou então uma meia-dúzia de saideiras e rumou para o porto de Santos, onde embarcou numa pequena traineira chamada A Mulher do Padilha, com algumas latinhas cerveja, e rumou para as Domingas. Rubión Farsa de la Cuerda estava pegando umas ondinhas no bem bom quando foi sequestrado pelo quarteto, e nunca mais se ouviu falar dele nas Domingas.
Com Rubión de olhos vendados e sedado por cinco garrafas de Tequilla José Cuervo Oro Special, o grupo voltou à embarcação e tomou o rumo de Santos. Desnecessário dizer que, por ser Apolakhian o capitão, o barco jamais chegou a Santos. Mas, como tudo na vida tem um lado bom, menos os LPs do Legião Urbana, A Mulher do Padilha conseguiu aportar em terras brasileiras, pero nas remotas dunas de Natal. Foi quando um caiçara chegou com um papo muito estranho que ninguém conseguia entender. Apolakhian acalmou o caiçara, expôs o projeto e ganhou a adesão de Juan Parizzio de lo Coro.
Os seis estavam um tanto tensos. E resolveram dar um pulinho no famoso Sítio da Luz, um bordel picareta perto da fronteira com o Paraguai. Lá granjearam a Sinhazinha, Cláudia Luz de Castella y Tamancas, dona de bela garganta e tremulantes nádegas.
E assim se fizeram os Gregory Hines!